Bem Vindos

A taça é profana, o vinho Divino.






quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Metamorfose - Uma Metáfora Sobre a Imortalidade. Escrita nas Estrelas e Refletida nos Genes (do DNA/dinossauro). Ou não?

"Reencarnação - uma hipótese da existência como uma crisálida da qual levantará vôo amanhã, uma borboleta em direção a céus mais belos e inalteráveis."

As borboletas põem ovos. Dos ovos nascem as lagartas eventualmente as lagartas transformam-se em crisálidas que, depois de certo tempo, viram borboletas. E o ciclo recomeça. De que estamos falando? Da borboleta, do ovo, lagarta ou a crisálida? Em biologia esse fenômeno é chamado como Metamorfose.

Por causa da metamorfose, não podemos afirmar qual é o verdadeiro animal, se a borboleta, o ovo, a lagarta, ou a crisálida. Acreditamos ser a borboleta, porque ela voa e se reproduz. Depois da reprodução vem a postura e depois a morte. A morte da borboleta, é claro. A vida continua, na lagarta e depois na crisálida. Essa centelha de vida que se utiliza das quatro metamorfoses da borboleta são os Genes Imortais.
O ciclo da borboleta é uma dramatização da imortalidade dos genes e da transitoriedade das formas animais metazoárias (pluricelulares), entre as quais nos encontramos. Obviamente nos genes da borboleta, existe propagação da futura vida como ovo, como lagarta e como crisálida, por isso podemos concluir que não estamos falando nem de borboleta, de ovos, lagarta, nem de crisálida.

Estamos falando dos genes. Eles são a realidade, resto são formas de sobrevivência em diversos ambientes. São robôs biológicos, descartáveis, teleguiados pelos genes. Meros veículos descartáveis.

Pode-se pensar que a metamorfose é uma exceção no reino animal. Puro engano. É mais regra, embora geralmente se use o termo metamorfose para animais que passam por três ou quatro fases, como borboletas, besouros, pulgas e inúmeros animais aquáticos. Muito peculiar é a metamorfose dos batráquios. A perereca bota o ovo, do qual sai o girino, um verdadeiro peixe que respira por brânquias. Depois o girino perde o rabo, cria pernas e pulmões e abandona a água. Toda essa programação, incluindo o comportamento das pererecas, que é a fase sexual, está escrita nos genes.
E o homem? Também passa por alguma metamorfose? Claro que sim. Não passamos pela fase larval mas passamos pela fase do ovo (ou zigoto). Em certo momento de nossas vidas, não passamos de um ovo. Ovo que contém toda informação genética a nosso respeito. Uma fase importantíssima em nosso ciclo vital é a “meiose‘ quando a célula normal de 46 cromossomos se divide em duas de 23 cromossomos formando o gameta. Antes da meiose ocorre o grossing- over, ou "recombinação". Nessa fase a célula tem de optar pelos genes do pai ou da mãe que se encontram em duplicata. Neste memento é efetuada uma recombinação aleatória das características dos pais como objetivo de criar um novo ser, para ser testado ante os desafios do ambiente.

Qual é o verdadeiro homem? O soma. O gameta ou o soma com gameta que somos nós. Evidentemente são os gametas, apesar de viverem tão pouco tempo. Depois de unidos, os gametas femininos vivem algumas dezenas de anos hospedados nessas carapaças sofisticadas que são nossos corpos, que são a verdadeira fase de transição.

O engano das religiões consiste em ignorar estes fatos, e pensar que o corpo é o ser brindado com o dom da imortalidade. A imortalidade é o apanágio dos genes, que nos descartam a cada geração, em seu caminho para um futuro que ninguém sabe qual será. -

(Inspirado em textos místicos, e em profanos como Huascar Terra do Valle)

Nenhum comentário:

Postar um comentário