Bem Vindos

A taça é profana, o vinho Divino.






quarta-feira, 23 de março de 2016


Durante a visita ao Brasil da relatora especial da ONU sobre povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, Davi Kopenawa, liderança Yanomami, denunciou à ONU e ao MPF a contaminação causada por mercúrio entre os povos Yanomami e Ye'kuana, que ocupam a Terra Indígena Yanomami, no norte de Roraima. Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que o nível de contaminação em algumas pessoas chega a 92,3%.

A contaminação é associada à exploração de garimpo ilegal, que utiliza o material na extração do ouro. O excesso de mercúrio restante do processo é lançado diretamente nos rios e entra na cadeia alimentar, por meio da ingestão de água e peixes.

Saiba mais: http://goo.gl/7OiMgb

Via Ministério Público Federal - MPF


quarta-feira, 16 de março de 2016

Bach pode ajudar você a aprender mais rápido e sem sobrecarga - Neurociência.


By Redação O Futuro Das Coisas In Educação

Quando estamos aprendendo uma nova habilidade ou um assunto novo, não sabemos de que forma o nosso cérebro está absorvendo aquela informação. Poderíamos estar nos sobrecarregando e nem percebermos isso.
Algumas pessoas têm maior facilidade de aprender algo novo, o que significa que a sua ‘carga cognitiva’ é baixa e elas estão prontas para seguir em frente, aprender mais coisas. Outras pessoas despendem uma quantidade maior de esforço mental, ou seja, a carga cognitiva fica mais pesada. Isso pode indicar que elas estão sobrecarregadas e é preciso diminuir a quantidade de informações.
Mas, como um professor pode medir a ‘carga cognitiva’ de cada aluno seu?
Se um professor for observador, ele será capaz de dizer se o aluno está pronto para passar para uma nova fase.
Agora, um novo sistema desenvolvido por Beste Yuksel, aluna do Ph.D. da  Universidade Tufts, pode facilitar isso para os professores: ele “lê o cérebro” e mede a carga cognitiva em tempo real do aluno.
Esse sistema, chamado Bach (Brain Automated Chorales) em homenagem a um dos compositores mais importantes da nossa história, Johann Sebastian Bach (1685-1750), consegue medir a “carga cognitiva” e quebrar as tarefas em níveis crescentes de dificuldade, aumentando a curva de aprendizado dos alunos.
Beste Yuksel
Beste Yuksel, que antes do Ph.D, fez um mestrado em ciência da computação e outro em neurociência, explica que a princípio, Bach ajuda alunos a aprender a tocar piano mais rapidamente e com maior precisão do que aprenderiam sob o olhar atento de um professor, ou praticando por conta própria.

No entanto, o sistema poderá ser usado para ensinar matemática, engenharia, programação, ou mesmo línguas estrangeiras, porque o método pode ser aplicado a qualquer aprendizado de uma tarefa complexa.
A nova técnica estimula os alunos iniciantes a prosseguirem a aprendizagem à medida que o sistema vai ajustando as tarefas, orientado de acordo com a Zona de Desenvolvimento Proximal, ou ZDP.
A ZDP explora a diferença entre o que um aluno pode fazer “sem” e “com” ajuda.
Como funciona
Os usuários do Bach usam sensores especiais em suas testas que medem o fluxo sanguíneo no córtex pré-frontal, região cerebral relacionada a funções cognitivas superiores, como pensamentos complexos, multitarefa, tomada de decisões e memória de curto prazo. “Quando você pensa, seu coração bombeia mais sangue e mais oxigênio para essa parte do cérebro” explica Yuksel.
Testado em alunos iniciantes, o sistema provou ser eficaz para ajudá-los a aprender a tocar com mais rapidez e precisão (Yuksel et al)
Com base no fluxo sanguíneo, o Bach pode dizer quanto o cérebro de um estudante está trabalhando, e apenas lança uma nova linha de música uma vez a carga cognitiva do aluno acende a luz, indicando que ele já domina a primeira linha com facilidade.

“Minha esperança é que as interfaces 
cérebro-computador sejam usadas ​​
por qualquer pessoa, e que ajude na 
sua qualidade de vida.” – 
Beste Yuksel

Para testar a capacidade de Bach, Yuksel e Robert Jacob, professor de ciência da computação, o testaram com 16 alunos iniciantes de piano, os quais teriam que aprender uma melodia.

A medida que carga cognitiva dos alunos caía abaixo de um determinado limiar, sugerindo que eles tinham dominado e poderiam lidar com mais informações cognitivas, o sistema automaticamente aumentava a dificuldade da tarefa de aprendizagem

Em 15 minutos aprendendo com o Bach, os pianistas tocaram as notas com mais precisão, de forma mais rápida, e cometendo menos erros do que os participantes do segundo grupo de controle, que tentaram dominar a peça musical por conta própria. (Crédito iStock)
No estudo, os alunos participantes do primeiro grupo disseram que gostaram do ‘timing’ das mudanças de nível.
“É a primeira vez que temos a medição física da carga cognitiva para ajudar pessoas a aprender em tempo real”, diz Yuksel. Agora, ela e Jacob, estão trabalhando para que o Bach possa medir as emoções, além da carga cognitiva. “Por exemplo, se os níveis de frustração ou ansiedade estão elevados, enquanto a carga cognitiva está alta, isso pode indicar que elas estão sobrecarregadas”. Nesse caso, ela diz que o professor pode diminuir a quantidade de informação ou oferecer-se para ajudar.
Esse novo sistema representa um avanço do uso da interface cérebro-computador e da neurociência para melhorar o processo de aprendizagem. E ele é bastante promissor.
Fonte:Dailymail

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Redação O Futuro das Coisas
O Futuro das Coisas é dedicado a trazer conteúdo exclusivo em inovação, tecnologia, educação e medicina numa linguagem divertida e acessível..

Fonte: http://ofuturodascoisas.com/

sábado, 5 de março de 2016

OPINIÃO - A Religião e o Fundamentalismo - Leandro Karnal


Leandro Karnal é professor, historiador, graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP). Leciona na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

The New York Times detona a Globo: "TV que ilude o Brasil"

The New York Times faz crítica-denúncia à Rede Globo: "TV irrealidade que ilude o Brasil"

A jornalista Vanessa Barbara apresentou uma dura crítica à Rede Globo em sua coluna no The New York Times  na última semana.

No artigo traduzido e veiculado no Brasil pelo UOL, a também colunista do Estadão e editora do site literário “A Hortaliça”, analisou um dia de programações da emissora e descreveu o ato de assistir ao canal como “se acostumar a chavões e fórmulas cansadas”.

As críticas vão dos telejornais aos talk shows e novelas.
Veja o texto na íntegra:
No ano passado, a revista “The Economist” publicou um artigo sobre a Rede Globo, a maior emissora do Brasil. Ela relatou que “91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, a assistem todo dia: o tipo de audiência que, nos Estados Unidos, só se tem uma vez por ano, e apenas para a emissora detentora dos direitos naquele ano de transmitir a partida do Super Bowl, a final do futebol americano”.
Esse número pode parecer exagerado, mas basta andar por uma quadra para que pareça conservador. Em todo lugar aonde vou há um televisor ligado, geralmente na Globo, e todo mundo a está assistindo hipnoticamente.
Sem causar surpresa, um estudo de 2011 apoiado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que o percentual de lares com um aparelho de televisão em 2011 (96,9) era maior do que o percentual de lares com um refrigerador (95,8) e que 64% tinham mais de um televisor. Outros pesquisadores relataram que os brasileiros assistem em média quatro horas e 31 minutos de TV por dia útil, e quatro horas e 14 minutos nos fins de semana; 73% assistem TV todo dia e apenas 4% nunca assistem televisão regularmente (eu sou uma destes últimos).
Entre eles, a Globo é ubíqua. Apesar de sua audiência estar em declínio há décadas, sua fatia ainda é de cerca de 34%. Sua concorrente mais próxima, a Record, tem 15%.
Assim, o que essa presença onipenetrante significa? Em um país onde a educação deixa a desejar (a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico classificou o Brasil recentemente em 60º lugar entre 76 países em desempenho médio nos testes internacionais de avaliação de estudantes), implica que um conjunto de valores e pontos de vista sociais é amplamente compartilhado. Além disso, por ser a maior empresa de mídia da América Latina, a Globo pode exercer influência considerável sobre nossa política.
Um exemplo: há dois anos, em um leve pedido de desculpas, o grupo Globo confessou ter apoiado a ditadura militar do Brasil entre 1964 e 1985. “À luz da História, contudo”, o grupo disse, “não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original”.
Com esses riscos em mente, e em nome do bom jornalismo, eu assisti a um dia inteiro de programação da Globo em uma terça-feira recente, para ver o que podia aprender sobre os valores e ideias que ela promove.
A primeira coisa que a maioria das pessoas assiste toda manhã é o noticiário local, depois o noticiário nacional. A partir desses, é possível inferir que não há nada mais importante na vida do que o clima e o trânsito. O fato de nossa presidente, Dilma Rousseff, enfrentar um sério risco de impeachment e que seu principal oponente político, Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, está sendo investigado por receber propina, recebe menos tempo no ar do que os detalhes dos congestionamentos. Esses boletins são atualizados pelo menos seis vezes por dia, com os âncoras conversando amigavelmente, como tias velhas na hora do chá, sobre o calor ou a chuva.
A partir dos talk shows matinais e outros programas, eu aprendi que o segredo da vida é ser famoso, rico, vagamente religioso e “do bem”. Todo mundo no ar ama todo mundo e sorri o tempo todo. Histórias maravilhosas foram contadas de pessoas com deficiência que tiveram a força de vontade para serem bem-sucedidas em seus empregos. Especialistas e celebridades discutiam isso e outros assuntos com notável superficialidade.
Eu decidi pular os programas da tarde –a maioria reprises de novelas e filmes de Hollywood– e ir direto ao noticiário do horário nobre.
Há dez anos, um âncora da Globo, William Bonner, comparou o telespectador médio do noticiário “Jornal Nacional” a Homer Simpson –incapaz de entender notícias complexas. Pelo que vi, esse padrão ainda se aplica. Um segmento sobre a escassez de água em São Paulo, por exemplo, foi destacado por um repórter, presente no jardim zoológico local, que disse ironicamente “É possível ver a expressão preocupada do leão com a crise da água”.
Assistir à Globo significa se acostumar a chavões e fórmulas cansadas: muitos textos de notícias incluem pequenos trocadilhos no final ou uma futilidade dita por um transeunte. “Dunga disse que gosta de sorrir”, disse um repórter sobre o técnico da seleção brasileira. Com frequência, alguns poucos segundos são dedicados a notícias perturbadoras, como a revelação de que São Paulo manteria dados operacionais sobre a gestão de águas do Estado em segredo por 25 anos, enquanto minutos inteiros são gastos em assuntos como “o resgate de um homem que se afogava causa espanto e surpresa em uma pequena cidade”.
O restante da noite foi preenchido com novelas, a partir das quais se pode aprender que as mulheres sempre usam maquiagem pesada, brincos enormes, unhas esmaltadas, saias justas, salto alto e cabelo liso. (Com base nisso, acho que não sou uma mulher.) As personagens femininas são boas ou ruins, mas unanimemente magras. Elas lutam umas com as outras pelos homens. Seu propósito supremo na vida é vestir um vestido de noiva, dar à luz a um bebê loiro ou aparecer na televisão, ou todas as opções anteriores. Pessoas normais têm mordomos em suas casas, que são visitadas por encanadores atraentes que seduzem donas de casa entediadas.
Duas das três atuais novelas falam sobre favelas, mas há pouca semelhança com a realidade. Politicamente, elas têm uma inclinação conservadora. “A Regra do Jogo”, por exemplo, tem um personagem que, em um episódio, alega ser um advogado de direitos humanos que trabalha para a Anistia Internacional visando contrabandear para dentro dos presídios materiais para fabricação de bombas para os presos. A organização de defesa se queixou publicamente disso, acusando a Globo de tentar difamar os trabalhadores de direitos humanos por todo o Brasil.
Apesar do nível técnico elevado da produção, as novelas foram dolorosas de assistir, com suas altas doses de preconceito, melodrama, diálogo ruim e clichês.
Mas elas tiveram seu efeito. Ao final do dia, eu me senti menos preocupada com a crise da água ou com a possibilidade de outro golpe militar –assim como o leão apático e as mulheres vazias das novelas.
FONTE: http://www.pragmatismopolitico.com.br/  REDE GLOBO 17/NOV/2015 ÀS 17:26